domingo, 17 de abril de 2016

Foto mostra investigado da Máfia das Merendas contando dinheiro

De acordo com a polícia, trata-se de propina paga a Carlos Luciano Lopes, da Coaf.
Uma foto apreendida pela Polícia Civil no celular de Carlos Luciano Lopes mostra o ex-vendedor da Cooperativa Agrícola Familiar (Coaf) contando dinheiro referente a propina, de acordo com as investigações da Operação Alba Branca. A empresa, um dos principais alvos da Máfia das Merendas, cobrava preços superfaturados de alimentos para a rede estadual de ensino de São Paulo e a 22 prefeituras do estado para beneficiar políticos e servidores, principalmente ligados ao PSDB. Em depoimentos ao Ministério Público a que o Jornal Hoje, da TV Globo, teve acesso com exclusividade, Lopes e Emerson Girardi, outro ex-funcionário da cooperativa, confirmam a venda de produtos com sobrepreço para as prefeituras de Americana e Campinas. Os dois estava entre os 14 presos na operação, que já foram soltos. Lopes, que aparece na foto contando bolos de notas de R$ 50, R$ 20, R$ 10 e R$ 2, disse que, em Americana, a fraude era gritante, pois a Coaf prometia fornecer arroz e feijão, gêneros alimentícios que sequer produziam. Em seu depoimento, obtido pelo repórter Wallace Lara, Girardi disse que o pacote de 5 kg de arroz era cobrado a R$ 25, quando o preço não chegava R$ 5 a no atacado. Girardi disse que o valor pago pela prefeitura virou piada. Procurado pelo GLOBO, o ex-vendedor riu ao telefone. – Não tenho nada a dizer, mas obrigado pela ligação – ironizou Girardi. Ele também contou que o suco de 200 mL era vendido à prefeitura de Campinas por R$ 1,89 na época em que custava R$ 1,25 no mercado. Girardi disse que Cássio Chebabi, ex-presidente da cooperativa, assinava cheques em nome da Coaf e sacava vultuosas quantias, totalizando cerca de R$ 400 mil. Ele admitiu ter recebido comissão entre R$ 60 mil e R$ 75 mil.

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