domingo, 22 de novembro de 2015

Sobrevivente do 11 de Setembro diz que ataque ao Bataclan ‘foi mil vezes pior’

Um americano que fugiu para salvar sua vida quando terroristas conduziram aviões contra as torres gêmeas do World Trade Center em 11 de setembro de 2001, contou ao jornal britânico “Telegraph” como também sobreviveu ao ataque ao teatro Bataclan na última sexta-feira. Matthew, que não teve o sobrenome revelado, estava na casa de show quando três jihadistas do Estado Islâm Ele disse que reconheceu imediatamente o som de tiros e correu para sair da sala de concerto, mas foi derrubado ao ser atingido por uma bala na perna. Cada vez que os agressores paravam para recarregarem os fuzis, ele se arrastava até a saída, tentando de desvencilhar das duas ou três pessoas que estavam em cima dele. — Eu andei centímetro a centímetro. Em um ponto, eu vi a saída ao meu alcance — conta Matthew. Assim que conseguiu sair do local, ele desmaiou na calçada e foi ajudado pelo jornalista do “Le Monde” Daniel Psenny e outro homem vestido de preto. Psenny também foi baleado no braço pelos jihadistas. Essa é a segunda vez que Matthew sobrevive a um ataque terrorista. Ele estava a pé próximo ao World Trade Center em 11 de setembro de 2001 no momento em que um avião da United Airlines atingiu uma das torres gêmeas. — Eu corri a metade de Manhattan — diz ele. — Mas o que eu passei no Bataclan foi mil vezes pior. Em estado de choque, Matthew demorou duas horas até lembrar o número de sua mulher para dizer que estava vivo. Ela deveria estar no show, mas desistiu de ir depois que eles não conseguiram encontrar babá para os dois filhos pequenos. — Eu estava me fingindo de morto — disse Matthew ao “Le Monde”. — Quando eu senti alguém me puxando pelos braços. Eu nem olhei para cima. Eu disse, ou pensei, “Eu te amo, meu anjo”. O jornalista, por sua vez, disse que não se sentiu um herói, mas que agiu instintivamente. Agora os dois prometem se reencontrar quando se recuperarem totalmente. O americano, que se mudou em julho para Paris com sua família, disse ainda que vai voltar a ir à casa de show no futuro. — Eu devo voltar ao Bataclan um dia. Vamos ver — disse. O Globo

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