Um dos grandes articuladores do Brasil,
discreto, moderado, Marco Maciel, único vice-presidente do período
democrático vivo (Itamar Franco e José Alencar morreram em 2011), segue
alheio aos acontecimentos.
Enquanto o noticiário da televisão
atualiza o quadro político do País, fala sobre a crise política, Maciel
cerra os olhos em frente à TV e não expressa qualquer opinião. Aos 75
anos, o mal de Alzheimer, doença que provoca perda de memória,
retirou-lhe a vida social, o entendimento político, fazendo-o perder o
interesse pelos assuntos públicos.
Para quem sempre falou pouco, agora é
muito mais reticente, calado. Se lembra de alguma coisa, não demonstra
nada. Do meio do ano para cá, responde raramente, e sempre por
monossílabos. Meus filhos dizem para eu parar, mas sempre comento com
ele: “Viu o que aconteceu com a política, viu isso ou aquilo?”, recebo
de volta o silêncio — conta a mulher de Maciel, Ana Maria, companheira
de mais de meio século e responsável por comandar a equipe de cuidadores
que se reveza na atenção ao ex-vice-presidente, na sua residência
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